segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Teste Redirect

teste
vai

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Novas oportunidades de negócios com a Web 2.0?

Em muitos editoriais nos ultimos meses tem se falado em uma nova bolha da web 2.0. E com a venda do YouTube para o Google, o conceito da bolha ficou mais claro ainda. Isso quer dizer que tem muita oportunidade para todos na internet com a web 2.0? Sim e não.

Muitos negócios estão surgindo e muitos ainda irão surgir com as emergentes redes sociais. Acredito que uma rede de maior sucesso é o Digg, onde no site de noticias, os usuários dizem o que deve ser as "noticias da capa". O Flikr usando e abusando do ajax, trazendo uma nova experiência para o usuário é a preferencia da maioria dos geeks, mesmo o Yahoo! Fotos existindo a anos.

As lacunas existem, o Blogger, que estou usando para escrever esse post, está deixando espaço para alguem com muita criatividade e muito conhecimento em html/javascript e redes sociais. A web 2.0 não passou muito perto daqui. Isso é só um exemplo. Dizer que as idéias geniais acabaram, pra mim não está correto.

Mas então qualquer um ligado a internet pode ser um futuro milhonário aproveiando a nova bolha? Esse é o não. A maioria das pessoas tem boas idéias, e o pessoal que lida com internet e sistemas então tem mais idéias ainda. Mas poucos tem boas oportunidades.

O caso do YouTube por exemplo. Dois jovens que se juntaram e com uma boa idéia ficaram milhonários da noite para o dia. Legal, mas tem muita coisa não noticiada nessa história. O YouTube não dá lucro. O custo de manter o serviço funcionamento é o de ter a banda para disponibilizar os videos, e esse custo é astronomico, e é mensal. O que proporcionou que esses dois jovens ficassem ricos da noite para o dia foi que um dia, alguém investiu na idéia deles. E apenas um investidor aportou 11 milhões de dolares, em uma idéia, de permitir que pessoas compartilhem videos gratuitamente. Mesmo sem ter muita idéia de como ter lucro com isso.

E isso faz toda a diferença. Meu vizinho pode nesse momento estar tento uma idéia maravilhosa, algo que não existe, que melhoraria a vida das pessoas, que estaria entrando para a história. Mas como ele é apenas meu vizinho dificilmente vai virar realidade. Resta esperar que alguém do primeiro mundo tenha a mesma idéia e coloque ela pra frente. Torne-a realidade. Graças aos investidores.

E aqui fica claro a realidade. Nos do terceiro mundo não temos essas oportunidades. Talvez alguns herois consigam levar boas idéias adiante aqui no Brasil, mas são raros, são herois. Ai para apontar culpados, também é dificil (até isso é dificil). O governo não investe em pesquisa? Os investidores estão mais preocupados em colocar o dinheiro deles em bancos e ter um lucro astronomico e garantido? Não sei, mas sei que a vida de quem resolve ir em frente com uma idéia não é nada facil no Brasil.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Mensagens Instantaneas em Linux para simples mortais está chegando

Vi essa semana uma notícia que me deixou animado. Trata-se do projeto Telepathy um framework de comunicação em tempo real para linux.

A proposta do Telepathy é fazer todo o trabalho de backend para comunicação em tempo real com os servidores e deixando para os mais criativos, construirem apenas os programas clientes que irão utilizar essas caracteristicas.

O Telepathy é modular e usa o conteito de "conections manager", o que deixa as possibilidades de conexão quase infinitas, e padroniza a interface com o programa cliente. Já existem conections manager para IRC, Jabber, MSN, ou muitos outros protocolos.

Eu tenho usado o aMSN e consigo ter todos os recursos que eu preciso. Mas muitas pessoas tem a impressão que ele ou o Mercury são produtos inacabados, poucos usaveis e sem "todos" os recursos. Então o Telepathy vem em boa hora. Provavelmente o aMSN 2 usara ele para se conectar na rede do MSN.

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Todas as noticias em uma página

Acho que eu já falei aqui que sou um tarado por notícias. Eu leio todas, sobre todos os assuntos, chego em casa depois do trabalho e vou direto ver as noticias novas, do periodo em que eu estava saindo do trabalho e chegando em casa.

Claro que com a internet, esse vicio por noticias é ainda pior. A informação está toda disponivel, em um oceano de sites e agencias dando as noticias no minuto que estão acontecendo. Eu lembro de já ter visto na TV que pessoas que recebem muita informação durante o dia, tem problemas de memória e outras coisas. Talvez eu precise me cuidar, mas é complicado fugir das noticias, elas estão cada vez mais acessíveis.

Acredito que o ultimo grande avanço, na area de distribuição de conteudo, foram os Feeds. Eles facilitam o agrupamento do conteudo de maneira que as noticias de dezenas de sites ficam na minha frente, juntos em uma página.

Eu comecei usando meu cliente de e-mail, o Thunderbird. Mas logo surgiu o problema de querer ler meus feeds no trabalho, em casa, na aula. Tentei usar o Bloglines, mas não me adaptei muito a forma de ler os feeds nele.

Quando descobri o Google IG, foi como uma criança vendo um doce. Juntar tudo em uma página só, e mais importante, do modo que achasse melhor.

Na onda do Ajax, acabei descobrindo o Pageflakes, que oferece muito mais recursos que o Google IG com uma interface fantástica.

E então por ultimo, descobri o NetVibes. No mesmo estilo do Pageflakes e do Google Ig, só que mais personalizavel, mais bonito, mais facil de usar e com mais funcionalidades.

O conceito das páginas que podem ser totalmente personalizadas, pra mim, é a melhor forma de agrupar informações sobre noticias, blogs, email, calendário, e mais um monte de coisa que a imaginação permitir. No NetVibes, hoje eu tenho 34 feeds cadastrados que me disponibilizam quase toda a informação que eu consumo. Simplesmente usando feeds rss, abas, e alguns plugins para se conectar no meu e-mail e calendário.

quinta-feira, 29 de junho de 2006

TV Digital no Brasil - Comentários 5

Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura

http://www.indecs.org.br/

TV Digital - A desinformação e a pressa

por Carolina Ribeiro, Edison Lima e Gustavo Gindre*


Impressiona a quantidade de informações equivocadas que circulam pela mídia em relação à implantação da TV Digital no Brasil. Assusta também a quase inexistência de informações sobre o que foi desenvolvido no país. Fala-se bastante de uma briga “do quem dá mais” entre europeus e japoneses. Fala-se, geralmente em aspas atribuídas ao ministro das comunicações, que o Brasil tem muita pressa para a definição do modelo, pois se tudo não for resolvido agora perderemos uma oportunidade histórica. Qual? A de ver a Copa do Mundo em TV Digital ? Claro.

A primeira grande questão que merece esclarecimento é o argumento da pressa. O Brasil tem algumas opções para implementar um sistema complexo como a TV Digital: ou constrói algumas coisas e compra outras, ou compra um elefante e tenta adaptá-lo para que ele trabalhe como um cavalo. A proposta do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), que reuniu 80 grupos de pesquisa e recebeu um investimento de R$ 50 milhões do governo (muito pouco dinheiro se comparado à grande quantidade e qualidade dos resultados obtidos), era justamente a primeira. Construir parte do sistema e pegar algumas coisas prontas. A proposta que vem sendo defendida pelo Ministro das Comunicações é adotar o padrão japonês (ISDB) e talvez fazer adaptações para que ele funcione no Brasil.

Por que ninguém explica nada direito e não assume que o melhor padrão é o brasileiro?

Entre as tecnologias desenvolvidas por aqui, uma delas é justamente a modulação, que equivale ao que a mídia chama de “padrão”. O japonês (ISDB) e o europeu (DVB) já são bem conhecidos de nome, mas pouco explicados em relação às diferenças entre eles. Em 2000, o sistema japonês permitia a transmissão de sinais independentes para a TV e para receptores móveis (como o celular), enquanto o europeu era mais limitado. Isso levou a Associação Brasileira de Rádios e TVs (Abert) a usar o argumento da "recepção móvel" como mote para a defesa do ISDB.

A partir de 2004, com a introdução do DVB-H, essa diferença deixou de existir. Mas a retórica continuou, e agora embolaram a discussão, com as emissoras defendendo o ISDB porque isso manteria o canal na mão deles, e as empresas de telefonia defendendo o DVB porque isso daria a abertura para elas participarem desse mercado. Na verdade, ambos os argumentos são furados. Tanto o DVB quanto o ISDB permitem a transmissão de sinais para celulares e, se as teles vão ou não participar desse mercado, é uma coisa que depende da regulamentação, não da tecnologia.

Um ponto em que tanto o DVB quanto o ISDB deixam a desejar é que, nos testes realizados em São Paulo no ano 2000, nenhum dos dois conseguiu ser recebido em 100% dos pontos de teste – e eram pontos localizados em bairros próximos ao centro. Foi isso que levou o Brasil a pesquisar novas alternativas, com os trabalhos do Mackenzie (SP), INATEL (MG) e PUC (RS). Os dois primeiros trabalham com melhorias baseadas no sistemas existentes, enquanto que o último parte de uma abordagem radical – usa um equalizador baseado em inteligência artificial, coisa que não existe em nenhum dos sistemas atuais (ATSC, DVB, ISDB). Isso dá mais robustez, ou seja, permite levar mais informação, tanto para programas em alta definição quanto para ser recebido em veículos a 120 km/h .

A obsessão da Globo e do ministro Hélio Costa pelo padrão japonês é incompreensível. Se a questão é um sistema que permite levar alta definição para a TV e um programa para celulares ao mesmo tempo, com a maior qualidade possível, por que então não defendem o Sorcer, modulação desenvolvida pela PUC/RS, que é melhor, atende às demandas dela e é nacional, assim como o conteúdo global e a bandeira que eles tanto levantam na mídia? Fica claro que há muito mais por trás dessa preferência do que a lógica acima exposta.

Para o elefante virar cavalo

Além do Sorcer, outros componentes inovadores desenvolvidos pelos pesquisadores brasileiros devem sofrer com a adoção de um padrão estrangeiro goela abaixo. As pesquisas que desenvolveram o FlexTV (UFPB), um middleware brasileiro, tomaram como base o MHP (o middleware do padrão europeu – DVB), mas evoluíram consideravelmente, sendo elogiados inclusive por pesquisadores europeus. O middleware japonês é bem mais limitado.

A nação tupiniquim desenvolveu ainda o Maestro (PUC Rio), um mecanismo de sincronização de mídias para a reprodução de programas multimídia interativos, que não existe em lugar algum no mundo. Desenvolveu aplicativos como o TVgrama (UnB), que é um e-mail que não precisa de canal de retorno, importantíssimo para a imensa parcela da população que não tem linha telefônica. Desenvolveu aplicativos como o museu virtual (UFPR), que apresenta imagens em 3-D, que podem ser manipuladas pelo usuário. É um aplicativo muito útil para finalidades educativas, pra recriar ambientes em aulas de geografia, história, biologia. Há também aplicativos nas áreas de saúde (UFSC), governo eletrônico (UFC, BRISA), segurança da informação (Genius, CESAR, FITEC) e muitos outros.

Uma outra questão importante que diz respeito à tecnologia é como ela interfere no modelo de serviços. O modelo de serviços é a definição de como funcionará a nova televisão brasileira. Se ela trará novos canais, se oferecerá mobilidade, como será a interatividade, se haverá serviços de governo eletrônico e educação à distância, se terá uma alta definição que só será possível ver com televisores de 10 mil reais ou se trará uma programação com qualidade de imagem de DVD, mas acessível a todo mundo. Essas questões não dependem tanto da tecnologia, mas sim da forma como ela é combinada. Logo, é uma bobagem dizer que só japoneses poderão oferecer alta definição. Ou que só europeus oferecerão novos canais. A tecnologia, tanto a desenvolvida lá fora, quanto a desenvolvida aqui, no que toca a essas questões, pode fazer qualquer coisa. É verdade que algumas tecnologias são mais adequadas que outras para as finalidades desejadas. Não dá para rodar os aplicativos desenvolvidos no Brasil usando o middleware japonês, por exemplo. Mas há outro detalhe fundamental.

Para que possamos modelar a tecnologia às demandas da sociedade, é preciso ter pleno acesso a ela. No caso do SBTVD, toda a parte de software (e até um dos itens de hardware) foi feito em software livre. No caso dos outros sistemas, muitos componentes estão patenteados, até com uma patente da Microsoft. Isso mostra limitações para adequarmos ao que queremos – o que reforça a necessidade de termos mais tempo para definir modelo de serviços antes –, para o desenvolvimento futuro de acordo com as demandas que surgirem e ainda nos impõe o pagamento de royalties altíssimos, o que a longo prazo é um rombo no orçamento da União.

A mídia e o governo deveriam estar atentos a essas questões para esclarecer à população do que realmente se trata a definição, mas também para perceber que a pressa não é inimiga somente da perfeição, mas também da democracia, do bom-senso, do desenvolvimento nacional e do interesse público.

* Carolina Ribeiro é jornalista e integrante do Coletivo Intervozes. Gustavo Gindre é jornalista, mestre em Comunicação, coordenador-geral do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (Indecs) e integrante do Coletivo Intervozes. Edison Lima é diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia-SP (Sintpq).

TV Digital no Brasil - Comentários 4

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Por que a decisão não deve ser tomada agora?


Gustavo Gindre*

Com o uso do padrão de modulação norte-americano, europeu, japonês e, principalmente, o brasileiro Sorcer é possível que a TV digital do Brasil aumente o número de programações disponíveis através do uso da figura do operador de rede (http://www.fazendomedia.com/gindre.htm), que ela transmita para recepção em movimento (http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=374IPB002), que ela tenha alta definição e que tenha serviços interativos (tais como governo eletrônico, e-educação, tele-medicina, e-bank, etc.). Não dá para fazer tudo ao mesmo tempo. Teríamos que escolher algumas destas coisas. Mas, poderíamos fazer qualquer uma independente da modulação que venha a ser escolhida.

Então, por que as emissoras (Globo à frente) fazem tanta pressão para garantir a escolha do ISDB japonês? E por que este é um assunto tão sério para o futuro da democratização da comunicação no Brasil e não somente uma questão para engenheiros discutirem?

Porque, como sabe até o mais ingênuo de nossos compatriotas, este é um país onde fatos consumados podem ter mais força do que leis.

As emissoras querem permanecer donas na prática do espectro eletromagnético da televisão aberta e desejam evitar a adoção do operador de rede (http://www.fazendomedia.com/gindre.htm). Por isso, querem decidir o tema da TV digital sem que seja necessário discutir uma nova legislação para a área das comunicações. Ao contrário de países como Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e todos da União Européia, as emissoras querem que façamos esta transição com uma lei do distante ano de 1962, quando a própria televisão preto e branco ainda era uma novidade para boa parte da população brasileira.

Para lograrem seus objetivos, as emissoras vão encenar a famosa "política do fato consumado".

Caso se confirme o desejo das emissoras, tão logo o governo anuncie a escolha pelo padrão japonês, estas poderão exibir vantajosos acordos comerciais com empresas japonesas de eletrônicos e serão ainda beneficiadas por reduções nas tarifas alfandegárias.

Quando a antena para transmissão digital da Globo, em São Paulo, estiver pronta, teremos reportagem no Jornal Nacional sobre a chegada da modernidade e inauguração com a presença de diversos políticos, dos mais diferentes partidos. Na oportunidade, um dos Marinho fará discurso no Jornal Nacional explicando como a Globo pretende prestar este relevante serviço à nação.

Em alguns pontos públicos estratégicos, telas de alta definição mostrarão uma programação especialmente selecionada para o evento (de preferência a Copa do Mundo).

E a TV digital no Brasil terá sido inaugurada.

Depois, quando finalmente chegar o dia em que o Congresso Nacional se dispuser a debater a criação de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil, quem terá força política para aprovar que as emissoras tenham que se desfazer de seus investimentos nas torres de transmissão digitais para adotarem o sistema de um único operador de rede por região, a fim de segmentar o espectro para mais emissoras?

Uma vez encenado o espetáculo da chegada da TV digital no Brasil, as emissoras terão conseguido manter o atual sistema que lhes confere a propriedade de fato sobre o espectro eletromagnético reservado à TV. E, com isso, impedirão a sua democratização.

Por isso, as emissoras querem que a escolha do ISDB japonês ocorra logo. Por isso ela é tão importante. E justamente por isso devemos pedir um amplo debate público antes. Porque depois será muito mais difícil democratizar o espectro da TV.

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* Gustavo Gindre é jornalista (UFF), mestre em comunicação (UFRJ), coordenador geral do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (INDECS), membro eleito do Comitê Gestor da Internet do Brasil e membro do Coletivo Intervozes.

TV Digital no Brasil - Comentários 3

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O que as emissoras querem esconder

Gustavo Gindre (*)

Em numerosas reportagens de jornais e TVs temos lido que as emissoras de TV (Globo à frente) defendem a escolha do padrão japonês de modulação da TV digital (ISDB) porque este seria o único padrão que lhes permitiria fazer transmissão para recepção móvel usando a banda do espectro eletromagnético reservada para o UHF.

No caso do padrão europeu (DVB), por exemplo, a transmissão para recepção móvel teria que usar a banda reservada para a telefonia celular, o que incluiria as empresas de telefonia no núcleo-central da operação de TV.

Receosas desta concorrência, as emissoras, então, preferem a modulação japonesa.

Antes de prosseguir, algumas ressalvas:

>> O padrão de modulação brasileiro, desenvolvido pela PUC-RS, conhecido como SORCER, também permite a transmissão para recepção móvel. Portanto, mesmo aceitando o argumento da Globo e das demais emissoras, poderíamos adotar uma modulação com tecnologia brasileira.

>> Todos os padrões de modulação (japonês, europeu, norte-americano e brasileiro, além do chinês que está em desenvolvimento) permitem transmitir em SDTV, EDTV e HDTV. Ou seja, para esta questão específica, a escolha da modulação é indiferente.

>> Igualmente, todos os padrões permitem que se desenvolva uma séria de serviços interativos, como governo eletrônico, e-learning, e-bank, telemedicina etc. Novamente, nesta questão específica, a escolha da modulação é indiferente.

Modelo pago

Mas voltemos ao suposto motivo da preferência da modulação japonesa pelas emissoras de TV: a transmissão para recepção móvel.

Pois bem, agora ficamos sabendo que, desde março de 2005, a Finlândia possui uma operação-piloto de transmissão da TV digital para recepção móvel utilizando o padrão de modulação europeu conhecido como DVB-H e transmitindo justamente pela banda de UHF, que a Globo dizia ser uma exclusividade do padrão japonês.

Estão envolvidas na experiência o operador de rede de broadcast da Finlândia (Digita), a maior emissora de TV daquele país (MTVB), a maior rede de TV nórdica (Sanoma WSOY), a TV pública da Finlândia (YLE), as duas maiores teles do país (Elisa e Telia Sonera) e a Nokia.

O modelo de negócios escolhido envolve as teles e é pago. Mas poderia perfeitamente ser gratuito, já que utiliza a banda de UHF e se trata de serviço de radiodifusão. Neste caso, não há nenhuma necessidade tecnológica de envolver as teles ou de cobrar do usuário. Trata-se de uma opção do modelo de negócios finlandês e não de uma demanda tecnológica.

E, ainda, também ficamos sabendo que a Holanda já está construindo sua rede para transmitir em DVB-H igualmente usando a banda de UHF.

Jogo nos gabinetes

Antes de prosseguir, nova ressalva. Vejam bem que este artigo não procura defender a adoção brasileira do DVB. Muito pelo contrário, continuo achando que devemos adotar a tecnologia nacional do SORCER.

Dito isso, cabe perguntar: se definitivamente não é verdade o que as emissoras disseram que somente o ISDB permitiria a transmissão para recepção móvel através da banda do espectro eletromagnético reservada para a radiodifusão, se é verdade que o DVB e o brasileiro SORCER igualmente permitem este mesmo tipo de transmissão, se também é verdade que qualquer padrão garante a alta definição (defendida pelas emissoras) e a introdução de serviços interativos, então por que, afinal de contas, as emissoras de TV estão defendendo a adoção do ISDB japonês?

Qual é a parte dessa história que nós não sabemos e que ainda não veio a público?

O que é que nós só saberemos depois, quando o jogo já tiver sido decidido nos gabinetes de Brasília, sem a participação da sociedade civil?

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(*) Jornalista, mestre em Comunicação, coordenador-geral do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (Indecs) e integrante do Coletivo Intervozes

TV Digital no Brasil - Comentários 2

Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura

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Entenda porque as emissoras de TV querem o ISDB e o que isso vai representar na sua vida

Gustavo Gindre*

O noticiário da grande imprensa sobre a TV digital tem sido marcado pela disputa entre as emissoras de televisão e as operadoras de telecomunicações. A briga existe. Mas, o principal receio das emissoras de TV é outro e, por isso mesmo, tem sido evitado pelos principais jornais e TVs. Chama-se canal de 6 MHz. E você vai entender porque.

Ocorre que, no Brasil, cada canal de TV ocupa um espaço de 6 MHz no espectro eletromagnético. Ou seja, tal como em uma régua, cada canal ocupa seis unidades de MHz. Na TV analógica esse era o espaço necessário para se colocar uma única programação. Assim, quando uma emissora conseguia uma outorga de TV, ela obtinha junto este espaço, a fim de transmitir sua programação. É isso que chamamos de canais de televisão, tanto para o VHF quanto para o UHF.

Na TV digital, neste mesmo espaço, é possível colocar muito mais coisas. Especialmente se o Brasil optar pelo codec de vídeo chamado H 264 (MPEG 4) que permite uma compressão de imagem muito melhor e maior do que o seu antecessor, o MPEG 2. Por exemplo, caso seja usada a definição de imagem chamada standard (imagem igual a de um DVD, sem chuviscos ou fantasmas, com som surround), o mesmo espaço de 6 MHz que antes comportava apenas uma única programação de TV hoje suporta até quatro programações simultâneas e ainda sobra algum espaço para a transmissão de dados (típica dos serviços interativos).

Neste contexto é que surge a proposta de se criar no Brasil o chamado "operador de rede". As emissoras deixariam de transmitir cada uma sua própria programação, a partir de sua antena exclusiva. Elas simplesmente entregariam suas grades de programação para um operador de rede, que reuniria todas as grades de programação e transmitiria tudo junto a partir de uma única antena. Assim, as emissoras não precisariam investir na digitalização de suas torres de transmissão, bastando pagar uma mensalidade para o operador de rede. O que terminaria favorecendo as emissoras menores que dispõem de menos recursos. Ao mesmo tempo, poderia-se pensar em formas de subsídio cruzado, com o operador de rede sendo obrigado a transmitir, sem nada cobrar por isso, as programações das emissoras públicas e comunitárias.

(Claro que este operador de rede teria que ser fortemente regulado, para garantir que todas as emissoras fossem tratadas de forma isonômica e que ele não pudesse exercer nenhum tipo de controle e/ou censura em relação às grades de programação que serão transmitidas)

Mas, fundamentalmente, o operador de rede permite otimizar o espectro eletromagnético. Assim, ele poderia pegar quatro programações diferentes e colocá-las todas dentro de uma mesmo canal de 6 MHz que atualmente transporta apenas uma única programação. Seria uma espécie de reforma agrária do ar. Se uma emissora recebeu do Estado um espaço necessário para transportar a sua programação, mas agora neste mesmo espaço é possível colocar mais emissoras, é justo promover uma redistribuição do espectro eletromagnético, permitindo que mais emissoras passem a existir.

E é exatamente isso que as emissoras comerciais (Globo à frente) não querem.

Segmentação espectral

O projeto da Globo passa, em primeiro lugar, por evitar a adoção do operador de rede. Assim, as emissoras continuariam transmitindo de suas próprias antenas e cada uma permaneceria dona de seu canal de 6 MHz.

Neste canal (agora um imenso latifúndio), a Globo transmitiria três vezes a mesma programação, mas com definições de imagens diferentes (o que chamamos de "segmentação espectral"): 1) para aqueles que possuem TVs de alta definição ("HD ready", com telas não menores do que 42''); 2) para aqueles que continuam com suas TVs atuais, mas que compraram terminais de acesso (aquelas caixinhas iguais às das TVs pagas) a fim de receber o sinal digital; 3) para aqueles que assistem TV em movimento (telefones celulares, handhelds ou mesmo pequenas TVs colocadas em carros e ônibus).

Nada de novas emissoras com outras grades de programação. Apenas as mesmas emissoras atuais, com uma imagem muito melhor (para quem puder pagar pelo aparelho) ou assistindo no seu carro.

Mas, não é verdade o que a imprensa tem dito que outros padrões de modulação não permitem que se transmita para recepção em movimento (http://observatorio.ultimosegundo
.ig.com.br/artigos.asp?cod=374IPB002) ou em alta definição. Seria possível fazer o que a Globo quer usando o europeu DVB, por exemplo.

Então, por que a Globo tanto deseja o japonês ISDB?

Porque, com o DVB europeu seria impossível transmitir dentro do mesmo canal de 6 MHz estas três diferentes definições de imagem.

Com o DVB seria perfeitamente viável dividir o canal de 6 MHz em mais de uma programação, colocando outras emissoras, mas o DVB não faz a segmentação espectral. Dentro de um mesmo canal, vai tudo em alta definição ou em definição standard ou em low definition (para recepção em movimento). Caso a Globo quisesse transmitir a sua programação com os três diferentes tipos de definição, ela teria que adotar o operador de rede. Assim, o operador colocaria em alguns canais as programações das emissoras que transmitissem em alta definição, em outros canais as programações em standard e em outros canais as programações para recepção em movimento.

A Globo continuaria mantendo a estratégia comercial de transmitir a sua programação com três diferentes definições de imagem. Mas, e esse é o ponto central de nossa história, seria obrigada a abrir mão do controle do espectro eletromagnético em troca da adoção do operador de rede. E ficaria sujeita ao discurso a favor de uma redistribuição deste espectro para que o operador de rede pudesse colocar no mesmo espaço mais emissoras de TV.

No fundo, a briga é pela propriedade e pelo controle sobre o uso de um dos bens públicos mais escassos das sociedades contemporâneas: o espectro eletromagnético. E não tem nada que ver com receber ou não a imagem em celulares.

SORCER

O mais cruel de toda essa história, contudo, é saber que mesmo que concordássemos com os planos da Globo, seria possível desenvolver a mesma estratégia comercial usando um outro padrão de modulação, o brasileiro SORCER, desenvolvido pela equipe da PUC-RS, que também permite o uso da segmentação espectral.

Então, por que a Globo prefere desenvolver a sua estratégia de controle do espectro eletromagnético usando uma tecnologia importada, que implicaria, em tese, no pagamento de royalties?

A Globo foi dona, durante muitos anos, da subsidiária brasileira da japonesa NEC. Ao mesmo tempo, possui forte relação comercial com outra japonesa, a Sony. No site da revista Produção Profissional (http://www.editorialbolina.com
/br/pp/artigos.php?tipo=artigo&id=150&canal=0) podemos ler uma entrevista com o Diretor de Tecnologia da Globo, Fernando Bittencourt, onde este afirma que a Sony já chegou a desenvolver um equipamento de VT especialmente para atender as demandas da Globo.

E aqui podemos juntar outra parte desse quebra-cabeça.

Enquanto a imprensa noticia a disputa por uma fábrica de semicondutores, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) publicou no Diário Oficial da União, do dia 25 de fevereiro, decisão de reduzir de 16% para 2% a alíquota do Imposto de Importação sobre três tipos de equipamentos utilizados por emissoras de televisão. Foram incluídos na lista de bens de informática e telecomunicações, na condição de ex-tarifários, aparelhos de mixagem e processamento de sinais de áudio digital, mesas de computação de sinais de vídeo e monitores de forma de onda, que medem a qualidade do sinal de televisão. Também foi renovada a redução, para 2%, da alíquota do Imposto de Importação para monitores de vídeo profissional para estúdios de TV, utilizados em ilha de edição ou unidades móveis das emissoras. A redução ficará em vigor até 31 de dezembro de 2007.

Assim, além de garantir o seu controle sobre o espectro eletromagnético, evitando que novas emissoras entrem no ar, a escolha pelo ISDB permite à Globo realizar excelentes acordos comerciais com seus antigos parceiros, sob a benção do governo que reduz os impostos de importação.

Agora que sabemos o que as emissoras comerciais, especialmente a Globo, ganham com a adoção do ISDB, resta saber o que eu, você e o restante da população perdemos com isso.

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* Gustavo Gindre é jornalista (UFF), mestre em comunicação (UFRJ), coordenador geral do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (INDECS), membro eleito do Comitê Gestor da Internet do Brasil e membro do Coletivo Intervozes.

TV Digital no Brasil - Comentários 1

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Carta aberta à sociedade brasileira

DECISÃO SOBRE A TV DIGITAL:

GOVERNO PRÓXIMO DE ERRO HISTÓRICO

Em virtude das notícias veiculadas pela imprensa, que afirmam estar o governo federal pronto para anunciar o padrão tecnológico a ser adotado pelo Brasil, a Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital vem a público expor à sociedade brasileira as seguintes questões:


1. Se concretizado, o anúncio da decisão a favor da adoção do padrão de modulação japonês (ISDB), no apagar das luzes do primeiro mandato do presidente Lula e em plena Copa do Mundo, significa a morte do SBTVD (Sistema Brasileiro de TV Digital), cuja proposta inicial baseava-se em princípios como a democratização das comunicações, a promoção da diversidade cultural, a inclusão social, o desenvolvimento da ciência e indústria nacionais (conforme o Decreto Presidencial 4.901) e implicou no investimento de R$ 50 milhões na formação de 22 consórcios de universidades brasileiras, envolvendo 1.500 pesquisadores. Ao optar pelo ISDB, o governo despreza o acúmulo social que sustentou sua eleição e submete-se de maneira subserviente aos interesses dos principais radiodifusores do país, especialmente aos das Organizações Globo. Se levar adiante o anúncio pelo ISDB, o governo brasileiro, infelizmente – e à semelhança dos anteriores –, seguirá tratando a comunicação exclusivamente como uma moeda de troca política.


2. Apesar dos insistentes apelos para que a decisão fosse tomada a partir do diálogo com os diversos segmentos da sociedade, o governo mantém uma postura pouco democrática, privilegiando a interlocução com os representantes das emissoras comerciais de televisão e negando-se a abrir espaço semelhante às organizações sociais. À tal postura soma-se a completa falta de transparência na condução do processo decisório que ainda hoje deixa a sociedade brasileira à mercê de boatos de corredor. Chegamos ao cúmulo de nem mesmo ter acesso aos relatórios produzidos no interior do SBTVD, que ainda não foram tornados públicos. Reafirmamos a certeza de que só um processo amplo, transparente e participativo, com consultas e audiências públicas, é capaz de garantir que a TV digital seja um instrumento de desenvolvimento democrático e inclusão social.


3. O Executivo ainda não apresentou qualquer justificativa plausível que aponte o ISDB, de fato, como a melhor opção para o Brasil. Este silêncio do governo, que abandonou as frustradas tentativas de emplacá-lo por supostas vantagens técnicas ou industriais, induz a uma única conclusão: a de que essas justificativas não são defensáveis publicamente, por atenderem exclusivamente a interesses privados. O país segue sem saber se existem parâmetros – sob o prisma do interesse público – baseando as decisões governamentais.


4. Não é possível que as pesquisas desenvolvidas no SBTVD, realizadas por 79 instituições de pesquisa, envolvendo mais de mil pesquisadores, seja tratado com tal descaso. A adoção do ISDB-T descarta logo de início as três alternativas de modulação aqui desenvolvidas. A anunciada intenção de que "as pesquisas brasileiras serão incorporadas em um segundo momento" oculta o fato de que existe incompatibilidade técnica no protocolo de comunicação da camada de transporte, inviabilizando, de fato, qualquer incorporação das inovações brasileiras em algum ponto do futuro.


5. Ao anunciar a decisão, o governo perde a oportunidade de promover a necessária atualização do marco regulatório do campo das comunicações, para modernizar a legislação cuja base data de 1962 e garantir o cumprimento dos princípios constitucionais não-regulamentados, como a vedação ao monopólio e a instituição de um sistema público de comunicações. Mesmo que centrada na tecnologia, uma decisão governamental que não seja acompanhada de mudanças mínimas no marco regulatório vai contrariar a legislação vigente e certamente será questionada na Justiça. Os fatos consumados gerados a partir do anúncio da decisão não podem ser tolerados pela sociedade brasileira.


6. A sociedade brasileira perde também a oportunidade de se tornar um grande produtor mundial de conteúdo audiovisual multimídia, a mercadoria por excelência da Era da Informação. Para que pudéssemos abrir milhares de oportunidades de trabalho nessa área, seria necessário democratizar o espectro, adotar tecnologias dominadas por nossos técnicos, baseadas em software livre, adotar padrões e mecanismos que possibilitem a criação e a reprodução desses conteúdos. Nada disso está sendo considerado.


Diante ao exposto, as organizações que assinam esta carta reafirmam a certeza de que a TV digital é uma oportunidade única para promover a diversidade cultural, fortalecer a democracia, desenvolver a ciência e tecnologia nacionais e incluir socialmente a imensa maioria da população, ainda desprovida de direitos humanos fundamentais.


Temos a convicção de que, ao anunciar uma decisão por uma tecnologia estrangeira, o governo estará cometendo um erro histórico, que não poderá ser revertido nas próximas décadas.

Brasília, 28 de junho de 2006

Frente Nacional por um Sistema Democrático de Rádio e TV Digital

TV Digital no Brasil

Esse blog é sobre a era da informação. E hoje, não posso deixar passar a definição do padrão de TV digital para o Brasil. Nós utilizaremos o padrão ISDB criado e mantido no Japão. De fato é o padrão mais avançado tecnologicamente, mas não acredito que a escolha tenha sido boa. Foi um grande erro do governo criar uma nova ilha tecnologia no mundo.

Eu já tinha postado sobre isso, deixando claro que gostaria de que o padrão utilizado no Brasil fosse o padrão mais difundido no mundo todo. E hoje esse padrão é o europeu, escolhido por mais de 100 paises, como é possivel ver em:
http://www.dvb.org/graphics/internal/Adoption-Map_DVB-T.jpg

Eu estou vendo na midia um monte de mentiras em relação aos padrões Americano e Europeu, e principalmente em relação ao padrão criado no Brasil. Infelizmente os interesses economicos e politicos falaram mais alto do que simplesmente o que é melhor para os brasileiros.

Vou postar aqui vários textos com algumas verdades que não aparecem nas notícias e nos comunicados do governo, e espero que esclareça um pouco mais as pessoas sobre esse assunto.

segunda-feira, 3 de abril de 2006

O Arquiteto de Software

Vejo muita gente falando sobre o papel de um arquiteto de software. E vejo a função do arquiteto sendo deixada de lado em muitas empresas que desenvolvem software.

De fato um arquiteto é uma pessoa experiente, que conhece de tecnologia, linguagens de programação, o processo de análise e a metodologia de desenvolvimento. Um arquiteto tem que conhecer mais ainda, tem que saber quais os recursos disponíveis, qual o nível de conhecimento dessas pessoas, qual o papel de cada um. Tem que saber o que é importante para a empresa, saber o foco, saber onde pode e onde não pode gastar. Tem que estar em sintonia com as espectativas gerênciais. Não adianta criar a arquitetura perfeita se ela não serve para a empresa.

Normalmente a pessoa responsável pela arquitetura é um dos desenvolvedores. Se escolhe o que tem mais experiência. Essa pessoa vai ser a encarregada de criar e manter uma arquitetura. Vai ser responsável pela arquitetura de desenvolvimento (as ferramentas). Agora imaginamos quanto tempo essa pessoa vai legar pra realizar essas tarefas, e esse tempo pode fazer falta na construção do sistema.

Esse cenário é bem comum e costuma funcionar muito bem. Mas os prejuizos para o projeto são evidentes, sendo que o melhor desenvolvedor acaba perdendo bastante tempo com suporte aos demais desenvolvedores e a arquitetura do sistema. Quando qualquer coisa der errada, é ele que terá de responder. Nesse caso o responsável pelo framework que também implementa os requisitos do sistema tem que parar seu trabalho para dar suporte. Ai envolve tempo, concentração e disposição. E um ótimo desenvolvedor acaba não sendo utilizado como poderia.

Mas caso o sistema deva receber chamadas remotas por exemplo. Logo vem a cabeça a utilização de EJB, que seria uma boa escolha. Mas e se caso apenas 2% das chamadas do sistema forem remotas. Seria inteligente sofrer o aumento de processamento dos EJB para o sistema inteiro só por causa de 2%. Quem pode nos dizer qual a melhor saida para esse problema se ninguém da equipe tem uma experiência do tipo?

Quando um sistema possui várias premissas, e principalmente quando essas premissas envolvem o ambiente de desenvolvimento, um arquiteto deve ser o responsável por, não apenas responder as perguntas, mas em implementar e suprir as necessidades. O arquiteto não implementa as regras de negócio do sistema. Ele implementa a infra-estrutura que o desenvolvedor vai usar para implementar a regra de negócio.

Algumas questões normalmente são deixadas de lado como, qual o nível técnico dos desenvolvedores? Muitos artigos dizem coisas como "equipe altamente qualificada é fundamental". Ok, mas no mundo real ter uma equipe altamente qualificada pode ser extremamente dificil, e o mais comum é ter uma equipe de programadores jr a pleno. O Arquiteto deve levar em consideração esse fator que pode ser fundamental para o sucesso do projeto.

Durante o desenvolvimento, o arquiteto também deve acompanhar e garantir que o sistema esta sendo contruido como planejado e se a qualidade é a esperada. Esse procedimento serve para, alem de tentar garantir a qualidade, fazer uma validação constante da arquitetura. Caso um arquitetura esteja causando mais problemas do que vantagens pode ser o caso de mudar a arquitetura. Vale lembrar que a arquitetura deve ajudar o desenvolvimento, e não gerar mais problemas.

O arquiteto também deve ser uma pessoa chave na definição de um projeto de tecnologia. Na fase de planejamento do projeto ele deve definir, mesmo que preliminarmente, quais tecnologias irão ser utilizadas e um esboço inicial da arquitetura, para que essas variáveis entrem para o projeto.

A questão de ter ou não um arquiteto é o mesmo de ter ou não uma arquitetura oficial, mantida e suportada, o que pode garantir a qualidade ao sistema. Um sistema desenvolvido com qualidade irá ter um custo menor de manutenção, e a manutenção pode ser muito mais cara que a construção do sistema.

segunda-feira, 27 de março de 2006

Linux, Windows e tudo mais.

Atualmente esta na moda migrar de windows pra linux, mas a verdade é que poucos conseguem. A falta de programas que funcionem como no windows é o maior problema.

Como utilizador apenas do sistema operacional Linux por 1 ano e meio, gostaria de listar dois grandes erros de pessoas que tentam largar o windows e partir pro Linux. Baseado no que vejo sempre.


  • Linux não é Windows

    Um grande erro é tentar utilizar o conhecimento adquirido no windows para trabalhar com Linux. O Gnome e o KDE tem muitas diferenças entre si, e tem enormes diferenças entre eles e o windows.

    Quando qualquer pessoa começa a usar o Linux, ela precisa aprender como se faz as coisas no Linux, e não tentar fazer as coisas como no windows. Obviamente vai se frustrar.

    Exemplo básico: o cara, vai tentar mudar a resolução do monitor. Clica com o direito na área de trabalho e nada do item "Propriedades". Pronto, e vai dizer que fazer as coisas no linux são difíceis.

    Eu uso o Ubuntu Linux, e para mudar a resolução do monitor é só usar o menu Sistema, e ir em Preferencias depois em Resolução de Tela. Fácil e simples. Mas é diferente do windows.

  • Confundir não ter um recurso com não saber como usar

    Esse é um erro que prejudica bastante a imagem do Linux. Quando uma pessoa não sabe como usar um recurso, não acha como fazer alguma coisa então passa a achar, e divulgar, que esse recurso não existe.

    Usando o exemplo acima, quando essa pessoa não conseguiu mudar a resolução do vídeo, ela passa a dizer que no linux para mudar a resolução do vídeo é necessário mexer em arquivos de configuração no modo texto. Um grande erro.

A melhor maneira de evitar esses erros é estudar, pesquisar, procurar muito sobre como as coisas funcionam no Linux. Realmente é diferente, mas é fácil igual, só tem que aprender como fazer.

Certamente ninguém pegou um windows pela primeira vez e saiu configurando hardware, mexendo no registro, ou fazendo coisas avançadas. Certamente começou devagar, aprendendo aos poucos. Com linux tem que ser a mesma coisa.

Claro que pesa o fato de ter muito mais pessoas que sabem windows do que linux. Então é mais fácil de se conseguir ajudar. Mas é fato que existe muita documentação sobre linux, e o google sempre é seu amigo.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Posts do outro blog sobre JDeveloper

Começo o ano de 2006 com alguns posts que fiz no ano passado no Javablogs, são apenas piadas de um desenvolvedor frustrado!



25 de agosto de 2005
Dicas para utilizar todo o poder do Oracle JDeveloper

Apos alguns segundos utilizando essa maravilhosa IDE, gostaria de
listar algumas dicas de como aproveitar todo o poder tecnologico dela.


* Não compile uma, mas duas vezes:
Sempre que for dar um MAKE, faz isso duas vezes. Uma vez nunca se sabe
onde o JDeveloper esta com a cabeça, então MAKE uma vez, quando
terminar, MAKE de novo. Agora, se você for como eu, então MAKE três
vezes.

* Anote onde pode dar erro:
Anote em um papel, todas as linhas que podem causar um erro. As vezes o
JDeveloper se esquece de que uma linha está errada, então você pode
ajudar le nessa tarefa.

* Reinicie ele sistematicamente:
O JDeveloper faz muitas coisas e se cansa rapido, então a cada três
testadas, feche ele, de uma volta em torno de si mesmo, conte até 4,5 e
depois inicie o JDeveloper de novo. Temos que pensar que ele é nosso
amigo e não queremos que se canse né.

* O botão de Atualizar é seu amigo:
Sempre que fizer qualquer coisa que altere a estrutura do projeto
clique no botão atualizar. Se mudar de ideia sobre alguma coisa, clique
o atualizar também.

* Renomear é para preguiçosos:
Se você precisa renomear um arquivo você é um preguisoso. Pessoas
ativas escrevem todo o arquivo de novo revisando cada letra. Para isso
o JDeveloper não deixa você renomear os arquivos.

* CVS é um problema: Desde
a invensão das equipes de desenvolvimento que os sistemas de controle
de versões tem problemas, mas o JDeveloper lhe ajuda nessa tarefa
resolvendo todos os problemas. Basicamente, sempre que precisar de
alguma coisa do CVS, apague seu projeto e faça um checkout novamente.

Espero ter contribuido para as bilhões de pessoas (pouco mais de 6) que utilizam o JDeveloper.




16 de setembro de 2005

Aplianto a area de atuação do Oracle JDeveloper

Continuando minha saga por essa maravilhosa IDE, listo aqui algumas
formas de apliar todo o poder do Oracle JDeveloper. Se você comparar
vai ver que ela é unica.

* Utilizada por psicologos do RH:
um grande desafio de qualquer equipe do RH, descobrir o perfil
psicologico das pessoas. Com o JDeveloper isso é facil. Em um teste
simples, de um problema para ser resolvido em pouco tempo com java
utilizando o JDeveloper e fique olhando as reações do pobre coitado.
Não existe ferramenta melhor para as pessoas mostrarem quem elas
realmente são.

* Apliação das relações inter-pessoais:
o tempo necessário para carregar a IDE é mais do que suficiente para
seu utilizador ir tomar café, combinar a festa do fim de semana,
paquerar a colega, ir fumar um cigarro com outros na mesma situação.

Você conhece alguma ferramenta com essas caracteristicas? Eu não!




22 de Setembro de 2005

O Gran Finale do JDeveloper

É uma promessa (que pode ser quebrada). Mas é meu ultimo post sobre o JDeveloper.

Imagine a cena. Eu e mais um desenvolvedor Java, durante dois dias
inteiros envolvido em resolver um problema. Vamos pensar no custo para
uma empresa duas pessoas durante dois dias.

Um problema simples, mas que estava deixando eu e o outro desenvolvedor de cabelos em pé.

E depois de dois dias, consegui resolver o problema, solução:

Reescrevi o método que estava dando o problema, caracter por caracter, linha por linha, exatamente igual.

O resultado final, ficou identico ao inicial, só que agora funciona e
não dá mais o maldito problema. Juro que com 10 anos de programação eu
nunca tinha visto uma coisa dessas.

É o JDeveloper surpreendendo sempre.